terça-feira, 13 de setembro de 2011

O papel do tutor no ensino à distância

link apresenta video sobre o papel do tutor no ensino à distância. http://www.youtube.com/watch?v=v1a0IuRFcos&feature=related

TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:
AVALIANDO POLÍTICAS E PRÁTICAS*
MÁRCIA LEITE**

Resenha do livro organizado por Raquel Goulart Barreto (Rio de Janeiro: Quartet, 2001).
** Mestranda na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e ex-diretora de Tecnologia
Educacional da TVE/Fundação Roquette-Pinto. E-mail: mleites@ism.com.br
332 Educ. Soc., Campinas, vol. 24, n. 82, p. 331-334, abril 2003
Disponível em



Este livro estava fazendo falta nas recentes produções acadêmicas.
Os discursos sobre globalização, desenvolvimento e tecnologia
estão presentes no cotidiano das diferentes instituições, sejam
escolas, universidades, centros de pesquisas ou mesmo nossos espaços
domésticos. Reaparecem temas, silenciados anteriormente pelas perspectivas
pedagógicas mais críticas, como o inexorável desenvolvimento da
sociedade humana com o advento das novas tecnologias da informação e
da comunicação. Voltamos a encontrar o discurso do imperativo tecnológico
nos programas e ações oficiais, referendados por concepções “neotecnicistas”,
e se esboçamos alguma discussão, corremos o risco dos
estereótipos “antigos”, “apocalípticos” ou “resistentes à mudança”. Este
livro retrata a coragem daqueles que não se contentam em serem
modernos nem com aparentes mudanças, mas que vivem a teoria e a
prática de uma sociedade democrática e de uma escola mais feliz, entendendo
as tecnologias como parte integrante e integrada nessas relações e
intenções.
A apresentação do livro é um convite ao debate sobre a apropriação
das tecnologias da informação e da comunicação nos contextos do
ensino, o que se concretiza por meio dos textos, e das múltiplas aborda-
*gens que constituem o trabalho. Os autores registram e organizam algumas
discussões entre os conceitos e as práticas que vêm freqüentando o
GT de Educação e Comunicação da ANPED, nos últimos anos. Eles descrevem
e analisam, com especial atenção, as políticas públicas traçadas
pelo MEC, que enfatizam a EAD como uma de suas prioridades, buscando
ultrapassar o lugar da pretensão e da prescrição e revisitando o papel da
escola, dos professores e sua formação.
Os textos estão organizados em três temas, que interagem entre si
e se colocam como interlocutores das conversas possíveis entre autores e
leitores. As políticas e as práticas constituem o cenário da primeira parte,
que analisa o lugar contraditório na e da formação de professores no
Brasil de hoje, nas suas dimensões ideológicas, econômicas e políticopedagógicas.
Tecnologias e programas específicos é a parte que analisa os
programas traçados pelo SEED-MEC, o TV Escola e o PROINFO, focalizando
sua concepção, gestão e implementação. Em Processos educacionais, linguagens
e sentidos, os autores discutem as relações entre os discursos midiáticos
e o pedagógico, as aproximações e distanciamentos entre educação e
comunicação.
O primeiro texto, da professora e organizadora do livro, Raquel
Goulart Barreto, analisa as propostas de formação de professores do
MEC, com a inserção da EAD nas suas prioridades, atribuindo à
tecnologia o lugar de sujeito: novas roupagens para velhos discursos
tecnicistas e autoritários pacotes educacionais. Sintetizando as
contradições na articulação TIC-EAD, a autora propõe questionamentos
que farão parte da trama das outras discussões do livro, como por
exemplo: para quem é o ensino à distância?
Se estamos vivendo um momento de transformações estruturais,
Nelson de Luca Pretto sinaliza no seu texto que devemos colocar a EAD
no seu devido lugar, entendendo suas limitações e possibilidades. A
exigência de um projeto de educação para a inclusão passa pelo acesso
à informação, ao conhecimento e à capacidade para processá-los, o que
ultrapassa uma disponibilidade individual à rede, uma alfabetização
digital desarticulada de outras alfabetizações.
Como enfrentar a questão de educar para as mídias, considerando
nossa condição de país periférico, que importa um discurso tecnocrático
e desconsidera uma perspectiva “sociopolítica dos usos”. É Maria Luiza
Belloni que traz essa questão, propondo-se discutir algumas concepções
que vinculam as inovações tecnológicas como um “constructo social”,
como o “socioconstrutivismo” e as “redes técnico-econômicas”.
Vani Moreira Kenski termina a primeira parte, trazendo a sua experiência
e confessando seu “objeto de desejo” ao propor a integração dos
professores em uma nova ação docente mediada pelas tecnologias.
A professora Mirza Seabra Toschi analisa as políticas de formação
docente a partir da lei 9.394/96, especialmente os projetos da TV
Escola, o “Proformação” e o “Salto para o futuro”. Como a implementação
dessas ações está distante de suas intenções e metas, esse aspecto é
corroborado no texto seguinte, de Ligia Karam Corrêa de Magalhães,
elaborado a partir de sua pesquisa de mestrado sobre o programa TV
Escola, e que discute os aspectos legais e a gestão das políticas públicas
educacionais e o ensino a distância. Concluindo a segunda parte do livro,
o olhar respeitoso e crítico de Paulo Gileno Cysneiros sobre o Programa
Nacional de Informática na Educação, o PROINFO. Sua participação no
Programa e suas experiências anteriores nesta área enriquecem as avaliações
e as proposições apresentadas. Se um dos méritos do PROINFO foi iniciar
a criação de estruturas de suporte ao uso da informática nas redes estaduais
de ensino, um dos grandes desafios será a sua manutenção.
Se vivemos cada vez mais dependentes das mídias para a construção
de conhecimentos e valores, é necessário buscar outras articulações
entre educação e comunicação para que o homem assegure seu lugar no
meio ambiente. Esse é “O jogo dos sentidos compartilhados”, de
Marcelo Macedo Correa e Castro, que inicia a terceira parte do livro e
delineia um lugar para a escola na sociedade contemporânea. Na
leitura do texto seguinte, de Glaucia Campos de Guimarães, podemos
ampliar essa discussão. A autora faz algumas reflexões sobre a relação
entre televisão e educação, analisa a produção de programas educativos
e de que modo estes têm sido usados como material de ensino. Ela
ainda discute o conceito de mediação e aponta algumas questões,
considerando a educação “para os e pelos” meios. É em prosa e verso que
a professora Raquel Goulart Barreto arremata os fios das múltiplas
discussões propostas no livro, buscando os sentidos possíveis nas
práticas de linguagem, especialmente, no discurso pedagógico. Os
sujeitos e sentidos que se constituem nos discursos autoritários, “onde
não há vagas”, e a possibilidade da incorporação das novas tecnologias
em um discurso lúdico articulam informação e conhecimento. O
desafio proposto é ultrapassar a suposição do sentido único, “correto”,
presente nos materiais didáticos, dos livros ao CD-ROM.
Preparar uma resenha é sempre uma ação simplificadora, e é
sempre mais uma leitura possível. Principalmente quando o sujeito
praticante, quem se propôs a “executar o crime”, está envolvido de corpo
e alma com os autores e com as histórias. Assim, antecipo minhas
desculpas pelo que não foi dito e busco redenção na intenção de
despertar o interesse de outros leitores e outras discussões. Afinal de
contas, este é o objetivo do próprio livro, não?

domingo, 11 de setembro de 2011

EAD e Cenário Educacional


No Brasil como no mundo, a evolução histórica da Educação a distância (EaD) é marcada pelo surgimento e disseminação dos meios de comunicação. Na evolução da Educação à Distância temos algumas etapas: ensino por correspondência; transmissão por meio do rádio e, depois, televisiva; utilização da informática até os atuais processos de utilização conjugada de meios - a telemática e a multimídia.
Atualmente a EaD tem sido amplamente discutida no meio acadêmico, em função da necessidade da democratização do ensino, com o objetivo de garantir os direitos de acesso  à educação e à cultura de todo ser humano, da formação continuada, e da superação dos impedimentos sociais e pessoais (distância geográfica, disponibilidade de horário, compromissos familiares e profissionais, etc.).